sexta-feira, 27 de junho de 2014

Em quanto...

Enquanto a noite adormece e a claridão da lua adia mais um dia,
Minha mente procura pelos sentidos que o meu corpo esqueceu.
Para onde foi a lucidez dos meus dias?
Para onde vão as palavras atiradas nas nuvens carregadas de cansaço?
Enquanto a noite me entorpece com sua frieza e silêncio,
Minha retina já reflete os primeiros pingos de luz de sol,
Que ri disfarçadamente das angústias espalhadas no breu.
Contradigo meus dilemas e escrevo sobre a noite à luz do dia.
Sobra a noite e me falta o calor,
Ainda que banhado pelo quente sopro da manhã.
Amanhã sigo em frente.
Hoje prefiro me deitar sobre os reclames da minha alma,
Que reluta em jogar fora o que é de excesso.
Amanhã, a manhã chegará na hora certa,
Mesmo que o escuro decida estender um pouco mais a sua companhia.