segunda-feira, 24 de março de 2014

Há de ser de contra

Arde sede contra a vontade
Há de nem ser cidade a necessidade em mim
Submerso em versos
Sob um mar inverso
Sal, dádiva e fim

Ávida, sem vida, a saudade
Esperando, eu vou tarde daqui
Peço, me despeço
Dispo-me do excesso
Volto, vou, tô ali

Há de ser de contra a coragem
Toda e qualquer vantagem de fim
Perto, me desperto
Sob o céu aberto
Só se o sol não sair

Há de ser encontro à bobagem
Ver de verde, a miragem seguir
Certo do que é certo
Dito-me decreto
Por enquanto sentir

Esperamos dias vãos
Vão se os dias que outro dia esperávamos, vim ver
Não vivemos mais, então
Tudo aquilo que tão logo aqui levamo-nos a ser

Em vão, vamos-nos agora
Ré parando os planos que custamos anos entender
Só quem não me quer não chora
Quem me chora quer sorrisos que não posso devolver.