domingo, 31 de outubro de 2010

PONTeirO DE PARTIDA

As horas se passam
Se passam pro lado de lá
Sem mais nem menosprezando o que também já se foi
Agora se laçam
Entrelaçam entre linhas
As palavras ditas que nunca mais serão pronunciadas
E nem propriamente faladas, nem contraditoriamente caladas
As horas, ora palavras, ora lavradas
Nos perdem entre pontos e ponteiros
Nos pedem corredores e banheiros
Nos cedem cinzas em cinzeiros
As horas travam
E traçam a linha de um tempo perdido que não passou
As horas se fazem orações
E convertem em palavras o que os ponteiros escreveram por onde passaram
E por onde deixaram desesperanças esperando no ponto
Do ponto de onde nada partiu.